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Por que jogar RPG?

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O RPG é uma experiência mágica. Para muitos dos seus jogadores, é uma oportunidade de escapar da realidade para entrar em um ambiente onde seus atos importam e fazem a diferença. Ao contrário do que defende Huizinga¹, em sua obra Homo Ludens, com a teoria do círculo mágico, os jogos, em especial o RPG, não apenas podem, como interferem na realidade de seus jogadores. É uma atividade que promove a criação de novos laços, o desenvolvimento social e cognitivo, além de oferecer ao jogador ferramentas para lidar com sua realidade.  É o caso de Kael, que depois de passar por uma infância turbulenta, encontrou no RPG uma forma de superar as feridas do passado e ressignificar as relações sociais das quais tinha tanto receio:

Um dos principais motivos para se jogar RPG é o escape, que nesse sentido, não significa necessariamente ignorar o que está ao seu redor, mas encontrar no jogo uma forma de entender e aplicar novos aprendizados na realidade. “Inicialmente comecei a jogar pra me divertir, mas aí me abriu um leque, eu tenho me conhecido melhor. Eu fiz terapia por muito tempo, essa geração nossa tem muitos traumas e isso tem me ajudado a lidar com muitas coisas. O  RPG me ensinou a lidar com pessoas muito diferentes de mim. Eu voltei a jogar por nostalgia e diversão, mas acabei encontrando conforto, amizade, autoconhecimento. É muito mais que apenas um jogo para se divertir”, relata Guilherme Furlan, jogador na mesa de Marcos Vinícius. Seu companheiro de jogo, Guilherme Brito, completa:

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De fato, os benefícios de se jogar RPG são muitos, indo de aspectos sociais até os existenciais, mas não se limitam a isso: suas características permitem que o jogo seja uma importante ferramenta pedagógica. Em artigo² publicado pela Revista Renote, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Anita Grando e Liane Tarouco explicam como a internalização da estrutura de um jogo auxilia no desenvolvimento cognitivo, além de possibilitar que alunos resolvam problemas e desafios de forma espontânea e, muitas vezes, agradável. De acordo com o texto, o fato do aluno realizar uma atividade voluntária de seu interesse facilita o aprendizado e promove resultados mais significativos. 

O professor de história, Marcos Vinicius, criou um projeto com RPG na escola em que trabalha para ensinar aos alunos história do Brasil. O narrador baseou-se na série de livros A Bandeira do Elefante e da Arara, de Christopher Kastensmidt, e conseguiu engajar alunos e professores no jogo:

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Estes são apenas relatos de alguns dos vinte e um jogadores que foram entrevistados para esta reportagem. O RPG é um jogo único, mas ganha diferentes contornos e significados à medida em que alcança novas pessoas. Suas características colaborativas e pouco competitivas permitem que o jogador entre em contato com diferentes realidades e perspectivas, conheça pessoas novas e explore facetas ainda desconhecidas de si. Porque tantas pessoas jogam RPG ao longo de anos é algo particular de cada um, mas é universal aos jogadores a função social e até mesmo midiática que o jogo exerce em suas vidas. Seja presencial ou online, o RPG é uma atividade que merece ser experienciada. 


E aí? Já pensou em quais aventuras você quer viver hoje?

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Arte por Lucas Rodarte.

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Porque jogar RPG?

Se interessou e quer jogar?

Começar a jogar RPG nem sempre é fácil. Por se tratar de um jogo colaborativo e com muitas regras, grande parte das pessoas interessadas têm dificuldade de encontrar materiais ou até mesmo um grupo. Se você nunca jogou e gostaria de começar, ou já tentou algumas vezes mas não obteve sucesso, as dicas abaixo podem te ajudar a ingressar nesse mundo fantástico de forma acessível, segura e divertida: 

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1. Entenda como o jogo funciona: ler sobre como jogar RPG é muito diferente da prática. Se sentir à vontade com regras e sistemas pode levar um tempo, dependendo do que decidir jogar. Portanto, depois de escolher um sistema, se familiarizar com o jogo pode ser de grande ajuda, especialmente na hora de colocar em prática a interpretação do seu personagem. Fazer isso nos dias de hoje é mais fácil do que nunca.  O Youtube possui muitos canais voltados especialmente para a introdução de novos jogadores no RPG. Uma busca rápida na plataforma te apresenta uma gama de resultados interessantes, como os vídeos do canal Formação Fireball, mais voltados para D&D, e Pausa Para Um Café, que aborda o RPG de mesa no geral. Além disso, ver outras pessoas jogando te ajuda a entender o RPG na prática e aumenta o seu repertório sobre determinado sistema ou cenário. Esse tipo de conteúdo pode ser encontrado em diversos formatos: podcasts como o Quest Cast e o Espada e Magia, ou streams na Twitch e do Youtube, como o Por um Punhado de Dados e A Voz do Bardo. Webséries como Skyfall RPG e Critical Role - disponível com legendas em português - são uma boa opção de entretenimento.

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Arte por Paula Botelho.

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3. Mantenha os materiais de jogo organizados e atualizados: escolheu um sistema, aprendeu as regras e encontrou um grupo legal para jogar? Agora é o momento de se divertir! Para facilitar o jogo e agilizar o andamento da narrativa é importante manter alguns materiais sempre atualizados, como a ficha do seu personagem, se você for um jogador. Os sites de mesa virtuais oferecem uma gama de ferramentas que automatizam diversos processos e armazenam arquivos, incluindo fichas. Mas seja presencial ou online, é importante ficar atento às mudanças trazidas pela narrativa. Ter uma ficha organizada e atualizada em mãos evita interrupções do jogo e melhora a imersão de todos na mesa. Se você é um narrador, tente preparar com antecedência encontros com criaturas e NPCs. Além disso, evite distrações em momentos importantes do jogo, especialmente no ambiente online, e mantenha o livro de regras sempre à mão para qualquer dúvida que surja durante a sessão. 

 

4. Não se cobre tanto: jogar RPG é uma atividade que fica cada vez mais fácil e natural com o tempo. Mas não espere que seja assim logo no início. É normal esquecer regras do jogo ou se sentir intimidado na hora de interpretar um personagem, ainda mais se você estiver jogando virtualmente, com pessoas que não conhece. Muitas das regras são confusas e sujeitas a diversas interpretações, portanto não sinta vergonha de tirar dúvidas com seu grupo. A sessão zero é momento ideal para debater coisas dessa natureza, conversar sobre seus personagens e quebrar o gelo de jogar junto pela primeira vez. Caso esteja narrando, lembre-se de manter a calma e não se cobrar muito pelos deslizes - eles vão acontecer, mas seus jogadores dificilmente vão saber o que houve.

5. Divirta-se! No fim das contas, é tudo o que importa, esse é o objetivo principal do jogo. Se você não está se divertindo, então talvez valha a pena conversar com seu grupo e encontrar um estilo de jogo que te agrade mais: há aqueles que preferem sessões repletas de combate e exploração, outros preferem manter foco na interpretação. Há sistemas e cenários RPG para todos os gostos. E lembre-se de que os livros de regras e aventuras são apenas sugestões de como guiar a narrativa, assim como qualquer conteúdo que você encontrar por aí. O jeito certo de jogar RPG é o jeito que mais te diverte!

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2. Encontre outros jogadores: em outros tempos, essa era a parte mais complexa de começar a jogar RPG, mas com a internet, nunca foi tão fácil. No próprio Facebook você encontra comunidades nas quais é possível descobrir mesas e ter acesso à materiais de jogo, como é o caso do grupo Material para RPG e RPG de Mesa. Além disso, as guildas têm facilitado o processo de encontrar mesas rápidas, em um espaço com regras criadas para o melhor aproveitamento do jogo, como a Guilda Alliessel e Silverlake. Nesses ambientes, você pode mestrar e jogar ao mesmo tempo, não precisa escolher entre um e outro. Além disso, as campanhas são ofertadas constantemente, então não há o risco de ficar sem aventuras para jogar.

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¹      HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000. 

²     GRANDO, Anita; TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. O Uso de Jogos Educacionais do Tipo RPG na Educação. Renote, 30 jun. 2008. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. http://dx.doi.org/10.22456/1679-1916.14403.

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